PAULO E VIRGÍNIA de Jacques-Henri Bernardin de Saint-Pierre (romance romântico, 1788)

BIOGRAFIA DE JACQUES-HENRI BERNARDIN DE SAINT-PIERRE, escritor do romance:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/bf/Jacques_henri_bernardin.jpg/220px-Jacques_henri_bernardin.jpg


Nascido na cidade do Havre, em França, a 19 de janeiro de 1737, Jacques- Henri Bernardin de Saint-Pierre, mais conhecido como Bernadin de Saint-Pierre, foi um escritor e botânico francês. Desde criança que tem vontade de viver aventuras. Escritor cultivado, aprende a falar línguas antigas com um padre, em Caen. Lê Robinson Crusoé e decide viajar em alto-mar. Após uma viagem à ilha da Martinica com o seu tio, Bernadin de Saint-Pierre perde o interesse em viajar e entra num colégio de jesuítas. Estuda filosofia no Collège de Rouen e entra na École nationale des ponts et chaussées. Como escritor salientam-se as seguintes obras: Voyage à l’Île de France, à l’île de Bourbon et au cap de Bonne-Espérance, par un officier du roi (1773); L’Arcadie (1781); Etudes de la natur (1784); Paul et Virginie (1788); La Chaumière indienne (1790); Le café de Surate (1790); Les vœux d’un solitaire (1790; de la nature de la morale (1798); Voyage en Silésie (1807); La Mort de Socrate (1808); Harmonies de la nature (1815). Jacques-Henri Bernadin de Saint-Pierre morre no dia 21 de janeiro de 1814, com 77 anos, em Eragny-sur Oise.


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Ficha da obra:
Autor: Jacques-Hernri Bernadin de Saint-Pierre
Título: Paulo e Virgínia
Data da primeira edição: 1788
Tipo de texto: texto literário
Modo: narrativo
Gênero: romance
Língua: francesa


Sinopse:
Paulo e Virgínia crescem juntos como se fossem irmãos numa ilha chamada Ilha de França (hoje em dia essa ilha é a ilha Maurícia). Na adolescência, Paulo começa a ter outros sentimentos por Virgínia, que vão além da simples amizade. Virgínia acaba por viajar para a Europa, forçada pela tia De la Tour que deseja que a sua sobrinha tenha uma educação melhor, própria de uma verdadeira dama. Paulo fica muito triste e sozinho, tal como Virginia, passando a comunicar-se por cartas. Virginia percebe entretanto que a cidade não lhe proporciona felicidade e decide voltar para a pequena ilha onde crescera. Na viagem de regresso, o navio naufraga perto da ilha. Paulo, ao ver a sua amada morrendo afogada, morre também.



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A partir da leitura da obra supra-referida, responderam-se à seguintes questões: 


a)  Justificação do título
b)  Identificação da mensagem que o autor pretende veicular com a obra
c)  Identificação do obstáculo ao amor
d)  Identificação da atualidade da mensagem
e) Esquematização das ideias da obra (contando a história, destacando o obstáculo ao amor e as relações familiares, se relevantes)
f) Escolher uma imagem caracterizadora da obra, da sua mensagem

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a)  Paulo e Virgínia, um livro de Jacques-Henri Bernardin de Saint-Pierre, intitula-se assim por uma razão muito simples: é o nome de duas personagens principais do livro, cuja história seguimos desde o nascimento passando pelo amor de ambos durante a adolescência até à morte. Eles cresceram juntos e pelo coração tornam-se inseparáveis, o que o autor deixou marcado no título.





b) O autor quer transmitir através desta obra melancólica e pessimista, várias mensagens.

     A primeira delas é uma mensagem sobre a corrupção social denunciada através da escravatura. A crítica da educação, com certos princípios, quando Virgínia vai para Europa e tem que respeitar várias regras impostas por sua tia. Também há a procura, de certa maneira, de veicular uma mensagem sobre o casamento livre já que há vários casos de casamentos na obra que geram uma certa discórdia nos meios familiares (o casamento da mãe de Virgínia não foi aceite pela sua família, que deixou de querer falar com Madame de la Tour o que a leva a isolar-se para longe da Europa; Virgínia também não quer casar-se com o noivo que a sua tia escolheu e prefere ser deserdada e voltar para casa). A mensagem principal desta obra é que o dinheiro não faz a felicidade, devemos seguir nossos desejos, o que nos dita o coração, o amor é mais importante!




c) Nesta obra há vários obstáculos ao amor, há a oposição da família que é contra o casamento. O amor entre Paulo e Virgínia é num primeiro tempo “parado” pelo facto de Paulo não perceber o amor que Virgínia tem por ele; num segundo momento, surge o obstáculo da distância que separa os dois quando Virgínia vai para França para junto da tia; e por fim, num terceiro momento, a morte de Virgínia quando regressava para junto do Paulo, O amor é infelizmente impossível entre os dois jovens, é a fatalidade do destino que se impõe face às várias tentativas feitas para a vencer.



d) Neste romance o obstáculo à relação amorosa é de índole familiar e prende-se com o estatuto social e o poder económico. A família tem uma opinião fundamental sobre o casamento da filha e abandonam-na por ela ter casado com um homem que não lhes agradava (isto é válido tanto para a mãe de Virgínia como para a própria Virgínia).
     Nos nossos dias, os pais não têm uma influência tão grande no casamento dos filhos, há uma liberdade que é muito importante e que não existia na época em que a obra decorre. Agora já nem falamos obrigatoriamente de casamento, pode-se ter uma relação séria com uma pessoa sem casar obrigatoriamente com ela. Com o tempo, as mentalidades evoluíram e nem sequer é preciso casar para se ter filhos. Apesar do que acaba de ser dito, ainda hoje há casos de pais que recusam que a filha se case com a pessoa que ama, ou que querem obrigar a filha a casar, mas estes casos são raros na sociedade ocidental.
     Na nossa época há um novo obstáculo familiar relativamente ao casamento que começa a ser mais frequente: os pais que recusam frequentemente a homossexualidade dos filhos e não aceitam que o filho ou a filha se case com uma pessoa do mesmo sexo o que leva a novos conflitos em torno das relações amorosas.

e)


f)   Esta imagem representa o aspeto trágico da obra, sobretudo o desenlace e o amor impossível entre Paulo e Virgínia.
La Mort de Virginie, gravura a cores de Marcellin Legrand segundo Michel Lambert, fim do século XVIII (detalhe). Lorient, Museu da Companhia das Índias.



JS + RM 
EC + NLF

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